Ei Walter, é tarde pra falar do carnaval?
- Não gata. Me conta toda a emoção de seu carnaval numa chácara...
Pois é sabichão, te dei férias no carnaval porque não queria você me azucrinando o juízo. Mas, pra você que não sabe, voltamos da chácara na segunda e, na terça-feira...
... Fui à Olindaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!
- Gata, com quem você está aprendendo a ser assim?
Tem um espelho ali, consegue ver seu reflexo, ou já está tão vampirizado que nem sua imagem aparece mais?
- Ta me chamando de traidor? Isso que você fez foi traição!
Há, há, há! Olha quem fala! Posso começar a enumerar as vezes que já brigamos por isso e eu NUNCA, nunquinha postei nada? As vezes que você sai e ficamos eu e o pena de ganso sozinhos no meu king size!? Nem vem com essa mané!
- Ok gata, dessa vez passa. Mas tenha certeza de que a ferida ainda vai demorar muito pra cicatrizar.
Podemos voltar ao tema central dessa conversa? Obrigada.
Pois bem, fui à Olinda na terça-feira, como sempre disfarçada de gringa. O que conta na verdade não é nem a folia entende? Foram as descobertas!
Pois é minha gente boa, carnaval também serve pra reflexão (ao menos pra mim, que sou louca e consigo, em Olinda, com toda aquela maravilhosa efervescência cultural e humana, pensar nos meus dilemas). E pensei mesmo viu? E descobri que sou bonita, as pessoas me olham e ENXERGAM, posso namorar quem eu quiser, e posso também não namorar ninguém! (Quero abrir esse parênteses pra deixar claro aos navegantes que isso nada tem haver com aquelas cantadas horrorosas que recebemos no período Momesco).
- E como foi que você chegou a essa conclusão sozinha? Porque eu nunca te disse nada disso não foi sua ingrata?
Não Wal, não cheguei só. Apesar da ausência, você me ajudou bastante. Foi como se os Quatro Cantos parasse. Congelasse no tempo e somente eu pudesse me mover. Então comecei a observar as pessoas ao meu redor, cada uma mais feliz e bonita do que a outra. Tudo isso eu via por fora, nem sei o que elas sentem por dentro, o que passam, sofrem... Então vi um rapaz fantasiado com muitos espelhinhos. Daqueles redondos com foto de mulher pelada no verso sabe? É claro que sabe, deve até ter um na carteira! Não importa.
O que vi não foram mulheres peladas, vi o meu reflexo ao lado de uma moça que estava com um baita sorriso na face.
E sabe qual a diferença dela pra mim? Nenhuma! Eu também sorria! E comecei a ver que as pessoas me enxergavam e ficavam felizes com meu sorriso. Então, como uma mulher inteligente que também sou, juntei A + B e o resultado da equação é esse: Sou bonita, inteligente, vitaminada, forte, agradável, e muitas outras coisinhas que não posso publicar aqui neste momento, mas que fazem de mim um ser humano completamente normal e passível de encontrar felicidade!
- Gata, só não vou chorar porque sou do tempo que homens nunca choram. Mas estou muito orgulhoso de você! E preocupado também. Aconteceu isso tudo mesmo? Não foi alucinação?
Tu é velhinho hein cara? Mas isso não importa agora, o que importa é que posso, posso, posso e posso! E não foi alucinação não benzinho, foi real!
- Layla, você andou se drogando? Não minta pra mim! Será pior se eu descobrir depois!
Fala sério Walter! Isso é pergunta que se faça? Claro que não né! Até parece meu pai! "Filha, não receba garrafa nem lata aberta de ninguém estranho"...
- Da maneira como você falou que as coisas aconteceram...
Então você desconhece completamente o poder que uma mente feminina possui.
- Eu sei princesa, sempre soube disso tudo. E se essa sua fuga para Olinda te fez ver isso, sinta-se completamente perdoada por não ter me levado.
Valeu Walter. Obrigada mesmo. Mas como tudo em mim nunca é fácil, sabe o que me vem na cabeça agora?
- Não baby, conta.
Posso fazer tudo isso. Posso ser tudo o que falei também. Mas e se eu não quiser fazer com mais ninguém exceto com um ser específico?
- Voltamos a estaca zero.
Não! Entenda, tenho consciência disso tudo, mas também tenho direito as minhas escolhas certo?
- Certo.
E eu já fiz. Ao menos por enquanto. Não posso tirar da cabeça o que não sai do coração. E você bem sabe disso.
- (suspiro) Não esqueça de acrescentar em sua nova lista de qualidades “burra chucra” também.
Walter!
- Ah sim, “Burra Chucra Empacada” desculpe.
Tenho a quem puxar...
Exato momento da minha fantástica descoberta!
À todos os meus amigos, que sempre, sempre, sempre me dão muita força. Mas quero, ou melhor, preciso fazer um agradecimento especial a Kaká, Pesado, Cleia e Joanna. Desculpem-me os outros, mas eles sabem porque. Amo vocês viu?