quarta-feira, 28 de outubro de 2009

rolo compressor

Fui trabalhar no Cabo ontem.

- Então vai ter post sobre ônibus não é?

É. Vai sim.

- Posso começar a rir?

Wal, isso chega a ser desumano! Você não sabe o que é pegar um ônibus para o Cabo! No dia que você fizer isso vai entender...

- Conta logo! Caiu de novo?

Não querido. Já estou noutro level. Dessa vez foi um rolo compressor mesmo.

- Dentro de um ônibus? Como é que você consegue essas proezas?

Posso posicionar os personagens?

- Claro. Siga em frente, o texto é todo seu!

Vamos lá.

Personagem 1 – Layla – Trabalhadora, mãe de dois filhos, dona de 2 gatos viralatas que parecem ser de raça. Saindo para o trabalho as 8 da manhã, linda, cheirosa, vitaminada e com sua tradicional blusa branca (com o calor que faz pessoas, trabalhar externo só se for de roupa branca! Alem do que, acho um charme e ainda estou podendo abusar do branco!).

Personagem 2 – Uma mulher, de cabelos arrepiados, olhos arregalados, com a faca na mão... Brincadeira, sem faca na mão. Mas o resto é tudo verdade, junto com a capacidade de esmagar os seres humanos.

O desfecho:

Layla sobe no primeiro ônibus de sua manhã. Já sabe que vai ser uma longa jornada das várias que fará durante o dia. Tenta dissipar o mau humor por ter esquecido de carregar o celular e não poder ouvir suas músicas durante o trajeto. Só pensa quando pegar o segundo ônibus e passar quase duas horas pra chegar ao seu destino. Resolve ler para passar o tempo. O calor já nesse horário é de cozinhar os miolos de um santo, e nossa heroína procura não pensar tanto nele para não dar mais força ao dito cujo.
Ao seu lado, vai sentado um pacato cidadão que não fede nem cheira mas que foi preciso aparecer na história para todos entenderem.

Enquanto isso na sala da justiça... (adoro dizer isso!) Neste caso a sala da justiça é o transporte público em questão. O motorista resolve colocar dentro do mesmo coletivo os tipos mais estranhos da face da Terra.
- Um vendedor de pipocas reclamão porque ninguém comprou o seu produto. Vá fazer marketing meu senhor pra poder aprender a vender seu peixe!
- Um outro vendedor de bombons. Esse gago, que passou todo o trajeto tentando dizer quanto custava “ci-ci-ci-ci-ci-ci-cin-cin-cin-cin-cin-cinco-co-co cincincinco con-con-con-con-fe-fe-fe-fe-fe-fe-fe-fe-i-i-i-i-i-i-i-i-i-i-i-i-i-to-to-to-to-to-to-to-to-to éééééééééééééééééééé
A essa altura o vendedor de pipocas já estava de cabelos em pé, bufando pelas narinas e começou a sessão auto ajuda:

- Ô gago, fala cantando meu! Assim você não gagueja.  Ta atrapalhando o meu negócio! O povo ta descendo e nem eu nem tu consegue vender p*#@$ nenhuma! Deixa eu ajudar: cinco confeito é 1 Real?

E o gago intimidado só fazia balançar a cabeça negativamente.

- P*#@$ gago, mais que isso já é roubo! Além de gago tu é ladrão também?

- Na-nã-nã- nã-nã- nã-nã-NÃO! É-é-é-é-é cin-cin-cin...

- PQP! Cinco Real? È de ouro é gago? Vai roubar assim lá em casa!

E o gago já vermelho e com vontade de matar o pipoqueiro desembesta a falar:

- nãofilhodamãeééécinquentacentavosessap*#@$!!

- Ah ta. Pessoal é só cinqüenta centavos. O gago não é ladrão não. (Foi mal aê viu gago?) Ele é só gago mesmo. Vamo ajudar o cara pra ele poder pagar um médico. Sejam caridosos!

Enquanto isso no ônibus da justiça, voltamos a nossa heroína...

Todo mundo já morrendo de rir, a personagem número dois resolve entrar em cena. Isso tudo porque o pacato cidadão, sentado ao lado da doce mocinha, vai descer e vaga um lugar que a mulher de cabelo arrepiado, olho arregalado... resolve ocupar de uma maneira bem mais agressiva que o MST.
Visto que a senhora estava a uns 2 metros da cadeira, numa manobra quase Keanu Reaves em Matrix, joga uma sacola na direção da nossa heroína e grita em alto e bom som arregalando mais ainda os olhos:

- Minha filha, bote minha bolsa aí que eu já estou chegando no meu lugar!

Aí Wal, você sabe o que é um rolo compressor né?

- Sei sim gata.

Acho que um de verdade não provocaria tantos estragos. Ela saiu feito um tsunami tirando do seu caminho tudo o que parecia desnecessário. Parecia apenas, porque na verdade eram pessoas.
Meu coração começou a acelerar e os duendes que moram no meu cérebro começaram a gritar: Levanta! Levanta! Levanta logo pelamordeDeus! Só que não deu tempo porque eu fiquei em câmera lenta vendo tudo aquilo e quando eu vi, já estava sendo literalmente comprimida por um derrier de proporções inimagináveis!

- Você foi esmagada por um trazeiro?

Numa linguagem mais popular sim.

- Gata, em lugar nenhum do planeta uma bunda deste tamanho pode ser chamada de derrier. Derrier é o de Juliana Paes!

Tem razão Wal. Foi um grande popô que me esmagou. O pior foi ter que passar o resto do dia com a sensação de que eu fui esmagada por um rolo compressor que tinha passado primeiro num banheiro público.

- Gata, nem sei o que dizer...

Não há o que falar Wal. E isso tudo aconteceu apenas no primeiro ônibus!

- E o outro? Ainda teve história?

Claro. Mas isso fica para um outro post.

- Posso dar uma sugestão?

Manda.

- Dá próxima vez que você for ao Cabo, leva um bom ar na bolsa. É melhor cheiro de flores silvestres do que de banheiro público!


10 comentários:

Leonardo Xavier disse...

Eu estou rindo até agora, eu acho que a parte mais engraçada é a dos vendedores. Muito engraçado texto. E esses lances de andar de ônibus são realmente divertidíssimos, se encontra cada figura.

Nana disse...

huahuahuahua Layla estou rindo muito aqui, espero a segunda história, conta mais conta!!!!
Bjsss

Barbarella disse...

Adoro seu senso de humor e adoro suas conversas com o Wall..rs

Muito boa..

Bjo

Tatiane Trajano disse...

Hahahahahahahahaha...
Concordo, é melhor cheiro de flores silvestres do que de banheiro público.

ai ai..rsrs

Flavinha disse...

Sou de Recife e também sei bem o que é pegar um ônibus pra ir pro Cabo... Até o nome dolugar já causa constrangimento "AÍ FLAVINHA, VAI PRO CABO HOJE EIN DJILISSAAAAAA"
¬¬
da ultima vez que eu fui até lá o ônibus tava mais lotado e fedido que um barro/macaxeira de 7:30 da manhã... nem comento.......

Kyara disse...

Layla, foi incrpivel esse texto! Aguardo aos soluços de rir o segundo epísódio: CABO II, O APERREIO INGRATO.

Luíze Tavares disse...

Sei bem o que é passar por momentos desagradáveis em ônibus. As maioress das minhas aventuras foi no Vila Dois Carneiros. Triste, aff!

Beijão, fofa, adorei teu cantinho e o Walter.

Maria Midlej disse...

kkkkkkkkkk que gostoso de ler o seu desastre, vei. UHAUAHUAHAUHA e o conselho do wal, foi o melhor. UAHUAHAUH
amei.

Blog Dri Viaro disse...

Bom dia, vim desejar uma semana abençoada por Deus.
bjsss

Débora Buarque disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, AINDA NÃO CONSEGUI PARA DE CHORAR DE TANTO RIR...VC É UMA HEROÍNA MEEESMO MINHA FIA!
SÓ TU PRA ME FAZER RIR HOJE!!